(Foto we heart it: http://images.jdmagicbox.com/comp/pune/e6/020pxx20.xx20.150223153752.p1e6/catalogue/starbucks-coffee-fergusson-college-road-pune-coffee-shops-1w65wka.jpg)



-Essa cena não se encontra na estoria
-Trecho inédito 
-Sem revisão

 

" Tomas

A caralho, eu estava fodido, bem fodido, muito muito fodido.
Olhei em volta. Carlos havia se mandado. Filho de um puta, desgraçado. Agora seria eu que levaria toda a culpa.
O que eu tinha na cabeça quando concordei em ir em uma festa com Carlos, em Chicago?
Muita merda. Sabia que daria merda, logo depois de sair escondido da sala de aula, pegar o carro e dirigir por cinquenta minutos, até chegar na cidade onde aquele imbecil estava vivendo.
Porque claro, depois que sua irmã teve um surto louco e fugiu, o pai resolveu manter o filho dois muito próximo.
Resuminho básico. Minha melhor amiga, a que um dia também foi minha namorada, sofre de depressão, é tão cruel dizer isso, mas sabia que ela precisava de ajuda e nunca disse nada a ninguém, principalmente quando comecei a perceber as cicatrizes nos braços e pernas. Mas fui um otário com ela e deixei a coisa fluir, achando que um dia passaria. Até o dia em que acordamos e recebemos a noticia que Karla Sullivan havia fugido durante a noite. E agora só Deus sabe onde ela estava. Talvez seu pai soubesse, ele pode parecer um sonso as vezes, mas suspeito que ele nunca tenha realmente tirado os olhos da filha.
Agora, Carlos… Eu sei, é ridículo o nome dos dois combinarem. Mas eles são gêmeos e o nome é de família e tem alguma coisa sentimental no meio. Mas não importa. Superem os nomes latinos e caminhemos.
Carlos exagera um pouco na bebida e nos cigarros, e acabou que o Pai dos dois, Charles Sullivan resolveu levar o filho de Lake Forest Academy para Chicago, achando, querendo, rezando, para que o filho não aprontasse nada tão sério quando a filha.
Bem, ele não poderia decepcionar… Ficar assim, facilmente aos pés da irmã? Nunca, ele tinha que chegar a altura, e talvez por isso estivesse revirando Chicago e a deixando de ponta cabeça.
E eu todo inocente, um ser humano incrível que sou, cai na lábia daquele trapaceiro miserável. Me fez uma ligação, me chamou de Tommy, disse que seria legal e divertido, que teria muitas garotas e eu trouxa, porque deve estar escrito trouxa na minha testa, cai feito um pato atrás de pão. De cachorro atrás de um biscoito. De um homem atrás de um rabo de saia. Ull essa foi velha.
Com as promessas e esperança de uma noite mágica e divertida, eu dei uma leve escapulida do colégio interno, nada demais. Sexta a tarde, todos com autorização já estavam indo para casa, eu apenas sai dois minutos mais cedo da aula. Apenas me misturei entre os alunos e apenas segui o fluxo até chegar no meu carro e vazar feito água.
Cinquenta minutos depois, eu estava me trocando em um banheiro de uma lanchonete e cinco minutos depois entrando na casa onde teríamos, muita bebida, musica e garotas…
Devo lhes dizer que havia tudo que ele havia me prometido, até dei uns pegas em uma garota que eu acredito que fosse da faculdade já que andava com uma jaqueta de irmandade.
Mas o que Carlos não fez, foi me dizer que aquele filho da puta, arrumou um sinalizador de navio e achou muito, mas muito divertido levá-lo para a festa e atirá-lo na parede.
E claro, quinze minutos depois a policia bateu na porta e tudo que vi foi pessoas correndo para todos os lados… Eu até faria isso se fosse possível, mas… Não era possível naquele momento, nem para a garota que estava comigo no banheiro… Se é que me entende.
Agora eu estava sendo algemado e levado para a delegacia. Ótimo dia para eu ligar para minha mãe e dizer “Hey mãe, sabe, você pode usar sua autoridade de agente federal e me tirar da cadeia? Você sabe, eu sou um bom garoto, Foi Carlos que me convenceu”. E como ela odiava razoavelmente os filhos de Charles, talvez ela até me daria dinheiro no final das contas.
- Gata, foi um prazer lhe conhecer. - Mandei um beijo no ar enquanto eu era levado para um lado e ela para o outro.
- Meu nome é Gina Cameron. - Gritou. - Da universidade de Chicago. Me procure quando der. - Piscou e foi empurrada para a viatura.
- Ah. Ela vai quebrar meu coração. - Suspirei e o guarda revirou os olhos. - Ei, senhor, pode me levar até…
- Fique quieto. - O outro pediu. - Seja lá o que você quer, só vai poder fazer uma ligação quando estiver bem sentado na delegacia.
Se tem uma coisa que aprendi com minha mãe era: Quando um policial mandar você calar a boca, você cala a boca.
Então me ajeitei no banco, encostei minha cabeça na janela e fechei os olhos.
Ninguém pode me julgar, eu estava cansado, acordávamos muito cedo, tínhamos treino e na maioria das tardes atividades das casas… E eu estava bêbado, e havia fumado uma também, nada demais. Até minha mãe descobrir, claro.

Seja lá quantos minutos tenha durado aquela viajem, me fez ganhar alguns tapas no rosto e quando mal abri os olhos, fui arrastado para uma das mesas, me sentaram de frente para uma mulher de uns trinta e poucos anos, que olhou muito irritada para os policiais.
- Resolva. - Um deles resmungou e logo se afastou indo em direção a uma cozinha.
- Caramba, eles estavam com fome, por isso a irritabilidade. - Ri. Mas sabia que o problema era a mulher, seja lá o que ela tenha feito, jogar problemas como eu em suas mãos a faria perder mais tempo do que ela estava disposta a perder.
- Por favor, só me diga o que aconteceu para eu poder voltar para o meu caso. - Ela colocou as mãos no queixo.
- E como você pode saber que eu não faço parte do seu caso? - Inclinei meu corpo para frente e olhei os papeis em sua frente. - Como pode saber que não fui eu que matei o senhor Kamedévá.
- É Kamadewa. - Respirou fundo. - Por que escutei há vinte e cinco minutos no rádio da policia sobre uma festa, e uma possível bomba…
- Ah não, era um sinalizador de navio. - Balancei a cabeça em um não.
- E isso torna a situação menos pior? - Perguntou sem sair da sua posição.
- Como eu vou saber. – Dei de ombros. - Não foi eu que disparei aquele troço, nem sei como segurar um. - Arrotei. - Desculpe, muita bebida. - Sorri.
- Só me conte o que aconteceu e prometo ligar para os seus pais. - Parei para pensar.
- Certo. Eu estava no banheiro com uma garota. Levaram ela para qualquer lugar que eu não sei qual foi. Então o bagulho foi disparado. Eu também achei que era uma bomba, mas… Sabe como é né, o banheiro estava mais interessante. - Abri meu melhor sorriso. - Só descobri o que era quando escutei os outros falando sobre, quando já estava sendo arrastado para fora da casa.
- Você sabe quem disparou? - Ela pegou outro papel.
- Não. - Carlos estava me devendo uma bem grande dessa vez. - Mas se quiser posso dizer o tamanho do sutiã…
- Não quero saber. - Apontou para mim. - Agora, vou lhe fazer umas perguntas…
- Que bom, já estava começando a ficar preocupado com a sua credibilidade como profissional da área policial. - Eu deveria calar a minha boca, deveria, agora mesmo, antes que ela…
- Vou jogar você em uma cela para passar a noite se não segurar essa sua língua.
- Ligue para minha mãe, por favor. - Pedi querendo sorrir. - Ela vai cuidar disso.
- Primeiro as perguntas. - E começou a série de perguntas que só estava me deixando com muito mais sono.
E quantas vezes ela perguntaria a mesma coisa?
Alguém me socorre? Daria qualquer coisa por um sermão da dia Kathe nesse momento. Aquela policial estava me deixando com os ouvidos sangrando. Kathe, minha doce Kathe, diretora Kathe, volte para a minha vida, não sei mais o que farei sem você. Oh Deus, como pude lhe trocar…
Não, espera… Que? Eu seria suspenso assim que colocasse os pés naquela maldita escola.

- Agora você pode ligar para sua mãe. - Empurrou o telefone na minha direção.
- Moça bonita. - Falei como uma criança. - A senhora não pode fazer isso por mim? Eu não ando enxergando muito bem. - Peguei o cesto de lixo e vomitei dentro dele. - Muito obrigado. - Fiz um joinha.
Depois de longos minutos tentando lembrar o numero do trabalho da minha mãe, depois de longos minutos tento uma conversa com minha mãe que eu adoraria não lembrar daqui algumas horas, depois de ver os olhos da policial na minha frente dar uma leve arregalada. Eu estava pronto para partir. Muito pronto, até ver que não era minha mãe quem estava vindo me buscar.
Merda, eu passaria a noite ali, jogado em uma daquelas cadeiras.
Invés da minha adorável mãe aparecer, ela resolveu mandar um dos queridos a gentes que ela era responsável. E eu devo dizer que eu só sabia que aquele homem estava ali por mim, porque o distintivo estava para fora da camisa, e eu conhecia os distintivos dos agentes federais muito bem.

- Com licença. - O cara parou na recepção. - Estou procurando um garoto, trouxeram ele de uma festa… - Ele parou de falar. - Okay. Muito obrigado. - Agradeceu a mulher e virou em minha direção. Apontou para mim e balançou a cabeça em um não. - Quantos anos você tem?
- Dezoito. - Rosnei. - Quem é você?
- Stewart. - Bufou. - Sua mãe, me fez parar um analise de provas para vir buscar você, então eu no minimo esperava alguém meio morto.
- No caso, eu estaria em um hospital.
- Você vai estar meio morto se não calar essa boca. - Resmungou. - Onde está a mulher que ligou para sua mãe? - Apontei para a mulher sentada na mesma mesa que eu estava até muito pouco tempo.
- Ela ficou irritada quando eu comecei a falar sobre o caso que ela está trabalhando, então me expulsou. - Dei de ombros.
- Fique aqui. Se tentar fugir, arranco sua pele. - Caminhou até a mulher e começou a conversar com ela.
Hoje o dia vai ser incrível. Deveria ter voltado para o quarto. Dormir um pouco, até o outro dia quem sabe.

- Vamos. - Ele estava segurando um papel com meu nome no topo. Por que estava com minha ficha?
- Tem meu nome nesse papel. - Tentei pegá-lo, mas acabei tropeçando.
- Ande para frente apenas, e fique quieto. - Tomou a frente e saiu pelas portas da delegacia nada amigável.
Caminhamos pela rua durante dois quarterões. O senhor, sou bom demais para falar com um adolescente, estava a alguns passos a minha frente, fingindo que não estava acompanhando um adolescente bêbado, e eu me arrastando, quase implorando para tirar um cochilo.
- Onde estamos indo? - Resmunguei.
- Continue andando. - Revirei os olhos. - Se fizer isso de novo, atiro em você. - Senhor mal humorado também.
Andamos por mais duas ruas, até parar na frente de uma cafeteria. O cara abriu a porta e esperou que eu entrasse.
- Estava esperando que porta batesse na minha cara. - Minha voz saiu de um jeito estranho.
- Procure um lugar e sente-se. - Apontou para uma mesa vazia. E no momento eu não seria o louco de discutir, eu só queria me sentar, mesmo.
Me arrastei até a mesa, puxei a cadeira e me joguei nela, parecendo um peso morto.
- Tome. - Colocou um copo de café na minha frente. - Você ainda está meio alto.
- Eu não bebi tanto assim…
- Não falei da bebida. – Desviei meu olhar para a rua. - E você sabe, se eu levar você até sua mãe, nesse estado. Não vai sobrar muito de você. - Tomou um gole do seu café. - Acho que não vai sobrar de qualquer forma, mas vamos tentar aliviar, certo?
- Não é muito mais simples, me levar até minha mãe e deixar todo o trabalho para ela? - Puxei meu celular do bolso da calça. Nada de Carlos. Nada de Karla.
- Com toda a certeza é. - Me encarou. - Mas sua mãe anda estressada, ela teve que assumir um cargo alto o que da muito mais trabalho…
- Ela assumiu esse cargo há muito tempo. Pare de dar desculpas…
- O que você não sabe é que… Muitos casos foram reabertos recentemente, e o responsável por revisar todos eles é a sua mãe. - Deu de ombros. - Acho que seria mais viável você aparecer por lá só meio bêbado. E não bêbado e chapado. - Olhou para o lado e sorriu para uma mulher. - Então seria bom se você tomasse esse café. - Uma garçonete colocou um prato com varias rosquinhas e nossa frente. - E comece também. Só, por favor, se for vomitar corra até o banheiro. - Apontou para as minhas costas.
- Certo.
- Agora, vamos conversar sobre o porque você saiu as espreitas do seu colégio, veio para Chicago, entrou em uma festa de universitários, bebeu até não aguentar, chapou e ainda foi pego no banheiro com uma garota…
- Ah cara, você nunca foi adolescente, não? - Perguntei com a boca cheia de rosquinha. - Fazer as coisas só por fazer, ir no fluxo, pegar a primeira que aparecer… Faz parte não? - Eu não recebi uma resposta, na verdade ele estava olhando como se fosse atirar em mim.
- Hum.
- Você era feio quando adolescente? É a única forma de me fazer acreditar que não fazia esse tipo de coisa. - Engoli, tomei alguns goles de café e ele exclamou mais alguma coisa. - Deus do céu, cara, fala alguma coisa.
- Alguma coisa. - Pegou o celular e o levantou por dois segundos e voltou a abaixá-lo. - O problema aqui é você e não o que eu fiz ou deixei de fazer na minha adolescência.
- Ah, você com toda a certeza só perdeu a virgindade na faculdade. - Balançou a cabeça em um não. - Isso foi quando? Há uns dois anos.
- Eu carrego uma arma, caso você tenha esquecido. - Respirou fundo. - Uma vez uns amigos e eu bebemos tanto que quando minha mãe descobriu ela quase arrancou meu couro… E dos caras que estavam comigo também. - Dei meio sorriso, aquilo na certa era uma historia armada para me fazer ser um bom filho. - Você pode ligar para ela se quiser. - Jogou o celular na minha frente com o numero na tela. - Minha mãe é maluca. Também vai lhe dar uma aula completa sobre como usar uma camisinha…
- Eu sei como…
- Ela não vai querer saber. - Riu. - Escute só. - Olhou para o lado novamente e piscou para a mulher que estava o olhando. - Tomas, eu cresci com três irmãos. Foi difícil e minha mãe não é das pessoas mais fáceis do mundo, principalmente quando se tratava de filhos bêbados e drogados. - Quando abri a boca para reclamar sobre como era minha vida trancado em um colégio interno ele foi mais rápido. - Estudei desde os doze anos em um colégio interno, eu sei que é um saco. Mas o que você pode fazer? Chorar? Espernear? Gritar? Beber? Se drogar? Claro, você pode fazer tudo isso, mas não vai resolver sua vida. Vai continuar a mesma bosta. - Deu meio sorriso. - Então supere e siga em frente. Termine de estudar, então, você sera livre.
- Mal posso esperar por isso. - Levantei os braços.
- Porem, isso só sera possível, se você frequentar as aulas e não fugir delas para beber e ficar alto. - Apontou para mim. - Caso contrario ficara mais alguns anos na escola. Como já esta fazendo. - Ah filho da puta, ele sabia que eu havia sido reprovado há alguns anos e foi só por isso que conheci os Sullivans.
- Você é um daqueles filhos da puta, que não consegue pisar entre as linhas que já quer chorar e pedir socorro para a mamãe, não…
- Você é esse cara. - Apontou para mim. - Porque bem, a nova detetive da delegacia onde estava me contou que você só faltou implorar para ligarem para sua mamãe. - Revirei os olhos enquanto ele ria. - Termine de comer, preciso voltar ao trabalho.
- Se fosse você relaxava. - Coloquei os braços atrás da cabeça e observei a mulher que olhava o senhor Stewart levantar e caminhar em nossa direção.
- Não quando estou perto de algo grande. - Murmurou quando viu a aproximação.
– Olá. - A loira colocou um pedaço de papel na frente dele. - Me liga.
- Com todo prazer, Alisha. - Abriu um sorriso, pegou a caneta da mão dela e um papel de cima da mesa. - Caso eu não te ligue até o final da semana.
- Então quer dizer que você pode não me ligar? - Jogou os cabelos para trás em um tom de brincadeira. - Onde foi parar meu charme?
- Sexta?
- As oito. - Ela concordou. - Onde? - Apoiou a mão na mesa.
- Prometo ligar lhe passando essa informação. - Revirei os olhos.
- Espero, Éllan. - Enfatizou seu nome de um jeito que derrubaria qualquer um. - E você. - Se voltou para mim.
- O que? - Engoli seco.
- Minha amiga achou você bonitinho. - Colocou o número dela na minha frente. - Mas ela não vai vir até aqui.
- Prometo ligar assim que eu ficar sóbrio. - Dei meio sorriso.
- Certo. - Piscou para nós. - Espero sua ligação. - E voltou para sua mesa.
- É assim que consegue alguém? - Perguntei rindo.
- Não precisa muito. - Deu de ombros. Seu celular apitou, ele olhou a tela. - Deu nossa hora. Tenho um interrogatório para lidar no momento.
- Certo. Vamos encarar o capeta vestido de mulher. - Peguei as duas últimas rosquinhas. O cara revirou os olhos e levantou-se. - Você pagou por elas, não vou deixar nada aqui, não.
- Só ande garoto.
Eu não discutira, até porque, se ele quisesse, ele poderia terminar de foder a situação com a minha mãe, que já não estava muito boa há meses.
- É o distintivo? - Perguntei enquanto andávamos pela rua. Ah, agora eu sabia onde estávamos.
- O que tem o distintivo?
- E ele que faz com que as mulheres se joguem em cima de você? - O cara riu.
- Talvez, não sei. - Olhou para os dois lados da rua. - Vamos, antes que você veja um passarinho verde e decida ficar por aqui.
- A brisa já passou. - Balancei a cabeça em um não, mesmo sabendo que ele só estava testando minha paciência. - Acho que é uma combinação dos seus olhos com o distintivo…
- Juro por Deus, se você tentar me beijar como Frederick Moss tentou eu vou socar sua cara. - Eu gargalhei. Talvez eu estivesse um pouco alto ainda, só um pouco.
Frederick Moss era um empresario casado com uma colega de trabalho da minha mãe. Eu até fui no casamento dos dois, acompanhar minha mãe. E por Deus, a mulher era tão bonita que eu me senti apaixonado no momento em que coloquei os olhos sobre ela. Mas era tarde de mais, ela já havia dito sim na igreja e só me restava olhar.
- Até os héteros caem sobre você? - Devo dizer que o olhar que eu recebi não foi gentil.
- Continue andando.
- Certo, certo. - Bufei. - Você estava no casamento dele?
- De quem? - Sério? Por que aquele cara estava trabalhando para o governo?
- Puta que pariu cara, quem te contratou? Uma mulher porque era bonito demais, ou um gay, porque era bonito demais? - Elevei a voz irritado. Senhor, eu ainda estava brisado. - No casamento de Frederick Moss.
- Garoto. - Ele virou-se para mim no meio rua. - Estou há quase vinte e quatro horas sem dormir, a divisão de homicídios esta em deficit de funcionários. Estou trabalhando por três, então quando for me fazer uma pergunta, seja claro. - Voltou a andar. - Estava no casamento. Fui um dos padrinhos.
- Eu acompanhei minha mãe. Foi uma senhora festa. - Parei na frente de uma joalheria.
- Estava ocupado na festa. - O olhei e ele estava rindo. - Você não é o único que usa banheiros.
- Como eu suspeitava. - Voltei a olhar a vitrine e caramba aquele pingente se parecia muito com os da tornozeleira de Karla. - Você pode esperar um segundo? Preciso perguntar algo.
- Não demore."



Lake Forest Academy
Danielle Borghi




Deixe um comentário