-Essa cena não se encontra na estoria
-Trecho inédito
"Karla
Oh
caramba. Eu não conhecia um lugar em Illinois onde vendiam bebidas
alcoólicas a menores de idade. Okay, tinha um cara que as vezes fazia
esse favor, mas ele era muito bem pago pelo meu irmão.
Mas
claro, eu estava no fim do mundo, onde a cidade era menor que o colégio
onde estudava. Era de se espera que eles mandassem um foda-se bem
grande pra todas as leis. Literalmente, porque até mesmo o delegado da
cidade estava ali cantarolando e bem bêbado. Até acenou para o barman na
minha frente.
Nós
estávamos em época de férias, então era de se esperar que o bar
estivesse cheio. Era o único lugar que tinha algum tipo de diversão
nesse lugar. Bar, karaokê, lanchonete, café... Se duvidar no porão do
lugar funcionava um clube de strippers. Mas não seria eu a perguntar
algo do gênero, nem pensar. Eu só queria que o cara me entregasse logo
meu suco de laranja e meu sanduíche de frango, assim poderia voltar para
o hotel de merda que estava.
Eu
deveria citar que eu sai escondida do colégio interno onde vivia? Sai
de mansinho, pulei para o estado do lado e me escondi nas sombras até
chegar nesse fim de mundo, tudo para o meu pai não me achar.
Nada
demais. Só um ato de rebeldia e liberdade. Até poderia dizer que estava
vivendo em um filme adolescente lindo e mágico, onde tudo era legal e
maneiro. Mas já havia entrado em casa fria, me instalado em cada lugar e
com o dinheiro acabando, tudo que eu poderia dizer nesse momento e que
talvez eu estivesse sentindo um pouco de falta de Lake Forest. Mas só um
pouco, não o suficiente para ligar para o meu pai e pedir para ele vir
me buscar... Isso já era demais.
- Tá fazendo errado. - Resmunguei para o cara que estava no balcão jogando tudo dentro de um copo.
Não
era assim que se tratava uma batida daquela. Daquele jeito ela nunca
ficaria colorida e mais um dos clientes sairia reclamando. E eu já havia
escutado vários deles murmurando tantos palavrões que só me faziam rir.
- Hum? - Ohh, o homem... Talvez garoto. Não deveria ser muito mais velho, se é que era mais velho.
- Tá fazendo errado. - Apontei para a bebida que estava ficando com uma cor nojenta. - Nunca vai ficar rosa e azul desse jeito.
-
Desculpe moça, mas não se percebeu, o lugar está cheio, minha colega de
trabalho tirou a noite de folga e ela é a única que consegue fazer essa
maldita bebida. - Jogou o limão em cima da mesa interna.
-
Sabe. - Inclinei meu corpo em sua direção e peguei os dos funis que
estavam próximo dele. - Se usar isso, pode ser que fique mais fácil. -
Coloquei primeiro a bebida rosa e depois a azul, o funil as separou por
completo deixando uma bela visão. - Também queria dizer que está usando o
copo errado. - Empurrei para ele a bebida pronta. - E seria muito bom
se parece se usar suco de limão amanhecido, é amargo e nada saboroso,
talvez assim seus clientes parem de reclamar. - Fiz um barulinho com a
boca e voltei a me sentar.
- Quanto você quer para trabalhar aqui? - O cara loiro com olhos claros perguntou parecendo surpreso.
- Bem, eu quero o meu suco de laranja e meu sanduíche de frango nesse momento. - Bati as mãos em minhas pernas.
- Cinquenta dólares, mais as gorjetas, todo o suco de laranja e sanduíches de frango que aguentar de graça.
Mas só se colocar essa bunda desse lado do balcão e fazer de novo o
lance da bebida colorida. - Apontou para o seu lado. - Fechamos as duas
da manha, e a policial Mendler pode te acompanhar para... Para onde você
quiser ir.
Parei por um segundo, o olhei desconfiada. Ele parecia falar sério. Eu precisava da grana, ele estava oferecendo e tudo que teria que fazer era preparar bebidas.
- Okay, eu quero esse cinquenta dólares. - Pulei do assento. - Apenas as bebidas?
-
É tudo que preciso. As bebidas. - Abriu a lateral do balcão e me
entregou um avental. - Prenda os cabelos. - Pediu liberando uma bancada
para mim. - A propósito, eu sou o Leon. - Estendeu a mão.
- Kira.
-
Bem vinda a cidade. - Piscou e gritou pedindo que as pessoas fizessem
uma maldita fila. - Eu espero que saiba mais do que apenas um drink.
- Sei mais do que deveria se quer saber. - Resmunguei enquanto alguém na minha frente pedia um Sex on The beach.
Eu sabia o que estava fazendo. Mesmo sabendo que não deveria.
Talvez
eu tenha passado tempo demais com minha avó paterna. Ela gostava de
eventos de caridade e gostava mais ainda de sentar nos bares e beber
durante a noite toda. Em muitos desses eventos eu estava lá, vi muitas
dessas bebidas sendo preparadas e reproduzi muitas delas dentro dos
portões de Lake Forest. Internet era um prato cheio também. E Caramba,
Tommy que curtia a história. O cara subia rápido com essas bebidas.
Okay,
talvez eu não devesse ter aceitado um emprego assim, sem mais nem
menos, sem saber sobre o movimento do lugar, ou quem o frequentava. Mas o
dinheiro me chamou a atenção? Claro que chamou, eu o queria. O pote de
gorjetas até que estava cheio e só por isso minha noite já valeu a pena.
Meu jantar sairia de graça. Mas os clientes eram meio nojentos. Havia
perdido as contas de quanta cantadas ridículas já haviam jogado em cima
de mim. Pelo menos, cada vez que Leon escutava algo nojento vindo da
boca de alguém, ele os mandavam enfiar cada palavra no meio da bunda e
pra não falar daquele jeito comigo.
-
Hey Leon. - Uma garota com metade dos cabelos loiros e a outra preta,
pendurou-se no balcão. Ela tinha as pernas longas, usava uma saia rodada
e um moletom que me fazia acreditar que a bonita estava pouco se
fodendo pra moda. A garota tem alargadores nas duas orelhas e um
piercing em um dos dedos da mão, até parecia uma aliança se olhasse de
longe.
- Hey minha gata. - Leon piscou para ela e voltou a fazer seu trabalho.
- E ai? Se fodendo muito por ter dado minha folga justamente em um dia como esse? - Apontou para o lugar cheio.
- Você poderia ter sido gentil, negado a folga de hoje. Ninguém lhe impediria de cantar. - Mexeu as mãos.
-
Gosto de folgas. Eu posso comer, beber, cantar e não ter seu tio no meu
pé. - Jogou a cabeça para trás. - Deveria ter pensado que: Primeiro,
estamos em férias. Segundo, é sexta a noite. Terceiro, eu adoro passar a
perna em você. - Tomou o copo de bebida que Leon havia acabado de
preparar e bebeu um gole. - Achei que estaria pior.
- Se você reclamar eu vou te colocar aqui atrás para trabalhar. - Sorriu sem humor.
- Se minha caixinha de gorjetas está cheio, na teoria eu já estou trabalhando. - Apontou para caixinha em cima da minha bancada.
- Não fique com ciúmes. - Apertou seu ombro. - Meddie, essa é a Kira. Kira, essa é a Meddie, a garota que está substituindo.
- Hey. - Ergui a mão em um sinal de “olá”.
- Posso pegar nos seus peitos? - Ela piscou de um jeito infantil e tomou mais um gole da bebida.
- Meddie. - Leon a chamou em reprovação. - Sabe, ninguém reclamou dela. Se continuar com isso eu vou colocá-la no seu lugar.
- Ninguém reclamou dela? - Mordeu os lábios. - Com esses peitos, nem eu reclamaria.
- Meddie.
- Você também reparou. Não fique se fazendo de senhor certinho. - Revirou os olhos.
- Tenho namorada. - Leon voltou sua atenção a outro cliente.
- Eu também tenho, isso não quer dizer que sou cega. - Riu se sentando entre a minha bancada e a bancada de Leon. - Hey gata.
- Hey. - Bati duas bebidas com gelo e joguei em um dos copos.
- E você, tem um namorado... Ou uma namorada? - Inclinou-se em minha direção.
- Tenho o resto das minhas férias, já é o suficiente. - Resmunguei entregando a bebida a mulher que estava esperando.
- Claro que é. - Piscou.
- Medison, que tal você subir lá no palco? - Leon apontou para o pequeno palco e fez sinal para ela ir.
- Eu voltou. - Mandou um beijo para ele.
Peguei
o suco de limão em um dos recipientes e só pela cor eu suspeitava que
não fosse natural, não me daria ao trabalho de reclamar sobre isso,
seria apenas uma noite, onde eu ganharia uma grana e cairia fora assim
que desse.
Então só coloquei tudo no copo de batida e bati sem olhar muito.
- Olha só. - Leon parou ao meu lado. - Meddie... Meddie é...
- Lésbica. - Respondi por ele. - É, eu saquei.
- Sim, ela é. - Riu. - Mas eu só queria dizer que ela é atirada.
- Eu percebi.
-
Só não levar ela a sério que logo vai descobrir que ela é legal. -
Apertou meu ombro e tomou o drink que eu estava preparando das minhas
mãos. - Você tem quinze minutos, vá para a cozinha, coma o quanto
conseguir, pegue qualquer coisa do bar, só não fique bêbada.
O
bar tinha uma longa variedades de sucos, mas infelizmente nem um deles
era natural. O que não me impediu de pegar uma garrafinha de suco de
laranja.
A cozinha até que era iluminada, e, pelo menos, parecia limpa. Havia uma mulher e um garoto por ali preparando a maioria dos pratos enquanto uma garota vinha buscá-los.
- Hola niña. - A mulher com os cabelos presos e um sorriso enorme no rosto, voltou-se para mim.
- Hola. - Levantei a mão.
-
Eu não conheço você, é nova por aqui? - Perguntou com um sotaque
carregado. Eu reconhecia aquele sotaque. O mesmo que a minha avó, mãe da
minha mãe, carregava quando resolvia falar meu idioma.
- Sim. - Sorri. - Vim passar as férias.
- Bueno. - Voltou para o que estava fazendo. - Me llamo Paulina, e usted?
- Kira. - Lembrava tanto minha avó falando, que até chegava a ser engraçado.
-
Leon lhe contratou? - Ela parecia jovem, talvez um pouco mais velha do
que eu. Até que era bonita, seus olhos eram negros e enormes, bochechas
salientes, boca cheia e um sorriso aberto incrível que daria inveja a
qualquer um.
- Quebra galho.
- O que vai querer? - Encostou o quadril na geladeira que havia perto dela.
-
Na verdade eu pedi um sanduíche de frango há um tempo... Ai Leon
resolveu me achar na multidão. - Abri a garrafa na mão e tomei um gole.
-
Ah, Ele já foi faz um tempo. - Riu. - Brianna o comeu quando percebeu
que não estava lá. - Deixa comigo, eu faço outro. - Bateu as mãos e
levou sua atenção a pilha de pães.
- Obrigada.
-
Y tu... - A mulher parou para pensar durante um tempo. - Parece uma
estrela do rock. - AAAh, ela tinha que pensar antes de falar, eu vazia o mesmo quando falava com minha avó materna. - Seus olhos são lindos.
- Obrigada. - Ri.
-
Aqui. - Colocou o sanduíche em cima da grande ilha que havia no meio da
cozinha. - Coma, não vai demorar muito até Leon te chamar.
- Você não é daqui também, não? - Perguntei cortando o sanduíche ao meio.
- Não. - Respondeu sem jeito.
-
Você está no país ilegalmente, não é? Por isso escolheu uma cidade tão
pequena. - Sussurrei. Paulina respirou fundo, apoiou as mãos na ilha e
me encarou de um jeito amedrontador. - Eu vou embora em pouco tempo, não
precisa se preocupar. - Dei uma primeira mordida.
-
Os policiais fazem de conta que não me veem aqui. Assim eu consigo
guardar um dinheiro, aprender sua língua e depois voltar para o México.
Só preciso de um tempo. - Sussurrou de volta.
- Não se preocupe. Eu entendo. - A família da minha mãe não teve a mesma sorte, foram deportados e poucos deles conseguem andar livremente pelo país.
Sentei-me
por um instante, até escutar o começo de uma música que eu adorava. E
logo depois, uma voz feminina incrível apareceu. Era a primeira ali que
realmente cantava alguma coisa.
Estava até impressionada, nunca imaginei que acharia um talento daqueles em um lugar como essa cidade.
Até fui obrigada a levantar da onde estava e colocar a cabeça para fora da cozinha para ver quem estava cantando.
Deus, era a surtada da Meddie.
- Caramba... Ela canta. - Murmurei.
-
Meddie, é a melhor da cidade. As pessoas vêm aqui apenas para escutá-la
cantar. - Paulina sorriu. - O que posso dizer, os outros são ruins. Ela
trás uma grana muito boa ao dono. Mais do que ele paga a ela... ou a
qualquer um de nós.
- Ele deve ser um carrasco.
- Ele...
- Kira. - Leon gritou do bar. - Pode voltar?
- Boa sorte. - Paulina sussurrou.
Quatro
horas depois, quando o bar estava basicamente fechado. E a policial que
Leon prometeu me levar para casa, já estava mais bêbada do que eu em
situações normais, finalmente recebi a grana que foi prometida, mais a
gorjeta. Foi até que uma grana legal. Boa até demais, conseguiria ficar
mais alguns dias na cidade, não precisaria voltar para casa por agora.
-
Meddie. - Leon chamou a surtada que parecia estar drogada, mas de
acordo com as pessoas, ela era daquele jeito mesmo. - Preciso que leve a
Kira até... Sei lá... Onde ela está dormindo.
- Okay. - Caminhou em minha direção.
- Sério? - Perguntei aos dois. - De uma policial a uma adolescente da minha idade? - Revirei os olhos.
- O delegado é meu pai. - Meddie me encarou. - Eu posso fazer o serviço.
- Que seja. - Peguei a embalagem que a cozinheira havia me entregado. Um pacote cheio de lanchinhos para o café da manha, nem precisaria sair do hotel. - Eu só quero dormir.
- Você pode vir amanha? - Lhe lancei um olhar nada gentil. As vezes ele parecia estar dando em cima de mim. - Eu digo trabalhar. Mesma coisa de hoje. - Encolheu os ombros.
- Vou pensar. - Caminhei em direção a porta.
- Pense com carinho. - Pediu choramingando. - Amanha é sábado, o movimento vai ser pior e é a folga da Brianna.
- Okay. - Fiz um sinal com a mão. - Vou pensar. - Caminhei em direção a rua.
- Onde você está ficando? - Meddie perguntou fechando a porta do lugar.
- No hotel. - Respondi com calma.
- Férias?
- É.
- Sozinha?
- É.
-
Seus pais te deixam viajar sozinha? - Perguntou curiosa. - Não me olha
com essa cara, mal humorada. Meus pais não me deixam sair da cidade.
- Não é como se eles se importassem muito. - Dei de ombros.
- E de onde você é? - Caminhou ao meu lado. - Estou tentando ser gentil.
- Illinois. Chicago. - Respondi.
- E veio passar as férias nesse fim de mundo? - Riu. - O que você fez, em?
- Nada. - Respirei fundo.
Na
verdade eu havia feito muito mais do que eu gostaria de falar. Os
problemas escolares, familiares, psicológicos... Eu estava completamente
fodida e esta viagem estava me fazendo muito bem.
-
Vamos lá, me conte. Ninguém vem pra cá por livre espontânea vontade.
Quem você matou? - Meddie sorriu me puxando por uma rua estreita. -
Cortando caminho.
-
Eu precisava ficar longe por um tempo. Só isso. - Depois de tudo que
veio acontecendo na minha vida durante os dois últimos anos. Eu
precisava mais do que só um tempo.
- Você estuda?
-
Indo pro último ano. - Eu achava, pelo menos, talvez eu votasse pro
segundo ano, faltavam três meses para as aulas acabarem quando eu
simplesmente sai correndo de Lake Forest.
-
Eu também. - Sorriu. - Mas trabalho durante as férias no bar do tio do
Leon. Não saia contando por ai. Mas ninguém liga muito pra idade nesse
lugar. - Piscou. - Durante o ano escolar eu trabalho meio período em uma
loja no centro. Estou poupando para sair daqui no ano que vem. Cursar
uma faculdade em uma cidade grande... É tudo o que eu quero. - Olhou
para o céu. - E você?
-
Estudo em um colégio interno. Não tenho ideia do que você está falando.
Meus pais me jogaram lá dentro. Só tenho que levantar e ir para a aula.
Provavelmente quando me formar, vou ter uma vaga garantida em alguma
faculdade que eu não vou querer ir, mas vou ser obrigada novamente,
porque não querer ver minha cara dentro de casa tempo o suficiente para
lembrar que tem uma filha problemática. Mas tudo bem. - Dei de ombros.
-
Meu pai tem uma filha do primeiro casamento, ele dá tudo a ela, pagou
toda sua faculdade, mas ela voltou para a cidade há um tempo, as vezes
eu acho que ele tem nojo de mim, ou eu sei lá. Me mandou eu me virar
para pagar a faculdade, porque nada sairia do seu bolso. - Respirou
fundo desabafando. - Sabe, eu sei que ela é a preferida. Que ela é a
filhinha dele. Ele a protege de tudo. Ela sai com uns caras e quando
cansa deles, liga para o meu pai dizendo que ele fez uma coisa horrível
com ela e quando vamos ver, o cara está preso. - Bufou.
-
Há uns anos minha mãe gritou dizendo que eu deveria ter morrido, depois
disso me colocaram em um colégio interno. Minha melhor amiga morreu há
quase dois anos. Eu tenho crises e coisas ruins acontecem. - Soltei. Eu
queria contar sobre Lake forest, que fugi, que corri, sai pelo mundo me
virando e curtindo a vida, pensando em tudo que já havia acontecido nos
últimos tempos, mas eu havia acabado de conhecê-la, nem sabia quem ela
era.
- Bem
vinda ao time dos filhos deixados de lado. Leon tem problemas
semelhantes também. O pai dele foi embora quando ele nasceu e tem que
cuidar da mãe, ela é meio doente. - Parou na frente do hotel.
- Acho que estamos, todos nós, bem fodidos nessa vida. - Resmunguei.
- Provavelmente. - Entrou comigo na recepção. - Acredito que eu vá te ver amanha no bar.
- Quem sabe. - Ri.
-
Olha, ela riu. - Meddie colocou as mãos no bolso do casaco. - Fique de
olho nela Clair. - Pediu a mulher sentada na cadeira. - Boa noite pra
vocês. - Fez um sinal com a mão e virou-se de para entrada.
- Você vai voltar sozinha? - Perguntei.
- Como eu disse, meu pai é o cara que aponta uma amar pra cabeça de todas as pessoas dessa cidade. - Riu."
Lake Forest Academy
Danielle Borghi
Danielle Borghi